A glândula tireoide está localizada no pescoço, logo abaixo de sua laringe (cordas vocais). Ela produz dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). O T3 e o T4 são levados através do sangue para todas as partes do corpo, onde eles regulam o metabolismo, que é a maneira como o seu corpo usa e armazena energia.
A função da tireoide é controlada pela hipófise, uma pequena glândula localizada na base do cérebro. A hipófise produz o hormônio estimulante da tireoide (TSH), que induz a tireoide a produzir T3 e T4.
Hipertireoidismo: quando a tireoide acelera demais
O hipertireoidismo acontece quando a tireoide produz hormônios em excesso (T3 e T4), fazendo com que o corpo funcione de forma acelerada. É mais comum em mulheres entre 20 e 40 anos, mas pode afetar qualquer pessoa — inclusive homens e idosos, muitas vezes sem sintomas evidentes.
Se não tratado, pode trazer complicações importantes, principalmente no coração (como arritmias e insuficiência cardíaca) e nos ossos (aumentando o risco de osteoporose).
Fique atento aos sinais:
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Sensação de calor e suor excessivo
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Coração acelerado ou irregular
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Ansiedade, irritabilidade, insônia
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Mãos trêmulas e fraqueza muscular
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Perda de peso sem motivo aparente
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Diarreia ou aumento das evacuações
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Menstruação irregular e infertilidade
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Desconforto nos olhos (ardência, irritação)
Um diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado fazem toda a diferença para manter sua saúde e qualidade de vida.
Hipotireoidismo: quando a tireoide desacelera
O hipotireoidismo acontece quando a tireoide produz menos hormônios do que o corpo precisa. Essa é a condição tireoidiana mais comum — especialmente em mulheres e em pessoas acima dos 60 anos. Também pode ter origem familiar.
A causa mais frequente é a tireoidite de Hashimoto, uma condição autoimune em que o próprio sistema imunológico ataca a tireoide, comprometendo sua função ao longo do tempo.
Como o metabolismo desacelera, diversos sintomas podem surgir, mas nem sempre são percebidos de imediato. Em casos leves, muitas vezes não há sintomas claros.
Sintomas frequentes incluem:
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Cansaço, lentidão e sonolência
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Depressão ou desânimo
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Sensação constante de frio
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Pequeno ganho de peso (geralmente 2 a 4 kg)
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Pele ressecada e queda de cabelo
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Intestino preso (constipação)
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Ciclos menstruais irregulares
Quando não tratado, o hipotireoidismo pode aumentar o colesterol e o risco de problemas cardíacos. Em casos graves e prolongados, pode levar a uma condição rara e grave chamada coma mixedematoso.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para restaurar o equilíbrio do organismo e garantir mais saúde e qualidade de vida.
Nódulos na Tireoide: o que você precisa saber
Um nódulo na tireoide é uma pequena alteração no tecido da glândula, podendo ser sólido ou um cisto cheio de líquido. Eles são muito comuns, especialmente com o avanço da idade — e, na maioria das vezes, são benignos.
Embora muitos nódulos não causem sintomas, os maiores podem provocar desconforto ao engolir, rouquidão, dor local ou até dificuldade para respirar.
É câncer?
A grande maioria dos nódulos é benigna. O câncer de tireoide é encontrado em cerca de 4% dos nódulos em mulheres e 8% em homens. Por isso, a avaliação médica detalhada é fundamental.
Quando tratar?
O tratamento depende do tipo e do tamanho do nódulo:
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Nódulos suspeitos ou cancerígenos: recomendam-se cirurgia e, em alguns casos, tratamento com iodo radioativo após a remoção.
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Nódulos benignos: geralmente apenas acompanhados, mas podem precisar ser removidos se crescerem muito e causarem sintomas.
A causa exata dos nódulos benignos nem sempre é conhecida, mas eles podem ocorrer em diferentes membros da mesma família.
Câncer de tireoide
O câncer de tireoide geralmente se manifesta de forma silenciosa e é, muitas vezes, descoberto em exames de rotina. A maioria dos casos tem excelente prognóstico, especialmente quando diagnosticado precocemente.
Fatores de risco
Embora a causa exata não seja totalmente conhecida, alguns fatores aumentam o risco da doença:
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Exposição prévia à radiação (principalmente na infância ou adolescência)
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Histórico familiar de câncer de tireoide
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Presença de nódulo grande ou de crescimento rápido
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Idade acima dos 40 anos
Tipos de câncer de tireoide
🔹 Papilífero
O tipo mais comum (cerca de 80% dos casos). Cresce lentamente, costuma se espalhar para os gânglios linfáticos do pescoço e tem altíssima taxa de cura quando detectado precocemente. É mais frequente em mulheres entre 30 e 50 anos.
🔹 Folicular
Representa de 10 a 15% dos casos. Pode se espalhar para ossos ou pulmões, mas é geralmente tratável, com alta taxa de cura quando confinado à tireoide. Mais comum entre 40 e 60 anos.
🔹 Medular
Mais raro (cerca de 5%). Pode ocorrer de forma hereditária, exigindo investigação genética (mutação no gene RET). O prognóstico varia conforme a extensão da doença no momento do diagnóstico.
🔹 Anaplásico
Tipo raro e agressivo (1 a 2% dos casos). Afeta principalmente pessoas acima dos 65 anos e tem evolução rápida, com tratamento desafiador.
Diagnóstico
O exame mais eficaz para avaliar um nódulo suspeito é a Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), realizada com auxílio de ultrassom. Ela permite a análise das células do nódulo, ajudando a definir se é benigno, suspeito ou maligno.
A ultrassonografia também é essencial para classificar o risco do nódulo (pelo sistema TI-RADS), e definir se há necessidade de punção.
Tratamento
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Os casos de baixo risco, como microcarcinomas papilíferos, podem ser acompanhados com vigilância ativa ou tratados com cirurgia mais conservadora.
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Já os casos mais avançados ou agressivos podem requerer cirurgia mais extensa e, em situações específicas, terapia com iodo radioativo.
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O tratamento deve ser individualizado, considerando tipo, estágio, idade do paciente e fatores de risco.