O diabetes é uma condição em que há excesso de glicose (açúcar) no sangue, causado por falta de produção de insulina ou pela dificuldade de ação desse hormônio no organismo.
A insulina é produzida pelo pâncreas e tem uma função essencial: levar a glicose para dentro das células, onde ela é usada como fonte de energia. Quando esse processo falha, a glicose se acumula no sangue — e é aí que surgem os riscos do diabetes.
Por que controlar o diabetes é tão importante?
Manter a glicose sob controle reduz significativamente o risco de complicações a longo prazo, como:
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Alterações visuais e cegueira
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Problemas renais que podem levar à necessidade de hemodiálise
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Danos nos nervos, com perda de sensibilidade, dor ou formigamento
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Feridas difíceis de cicatrizar e risco de amputações
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Doenças cardiovasculares, como infarto e AVC
Com acompanhamento médico adequado, mudanças no estilo de vida e, quando necessário, uso de medicações, é possível viver bem com diabetes e prevenir suas complicações.
Diabetes Tipo 1
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. Com isso, o corpo para de produzir insulina completamente.
Esse tipo de diabetes costuma surgir na infância ou adolescência, mas também pode se manifestar em adultos jovens. Os sintomas aparecem de forma rápida e incluem:
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Sede excessiva
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Urina frequente
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Fome exagerada
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Emagrecimento sem causa aparente
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Fraqueza e cansaço
O tratamento exige o uso diário de insulina, além de uma rotina de monitoramento da glicose, alimentação equilibrada e prática regular de atividade física. Com acompanhamento adequado, é possível levar uma vida ativa e saudável.
Diabetes Tipo 2
O diabetes tipo 2 é o tipo mais comum e geralmente está relacionado a resistência à insulina — quando o corpo até produz insulina, mas as células têm dificuldade em utilizá-la. Com o tempo, o pâncreas também pode produzir menos insulina.
Ele costuma surgir em adultos, especialmente após os 40 anos, mas tem sido cada vez mais diagnosticado em pessoas jovens, devido ao estilo de vida moderno.
Fatores de risco incluem:
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Sobrepeso ou obesidade
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Histórico familiar de diabetes
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Alimentação inadequada e sedentarismo
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Pressão alta, colesterol ou triglicerídeos alterados
Muitas vezes, o tipo 2 se desenvolve de forma silenciosa. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações. O tratamento envolve mudança no estilo de vida, controle do peso e, em muitos casos, uso de medicamentos orais ou injetáveis — como os agonistas de GLP-1 ou insulina.
Pré-diabetes
O pré-diabetes é um estado de alerta. Nessa fase, os níveis de glicose estão mais altos do que o normal, mas ainda não o suficiente para caracterizar diabetes.
É o momento ideal para agir: com mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico, é possível reverter o quadro e evitar a progressão para o diabetes tipo 2.
Fatores de risco e sintomas são semelhantes ao diabetes tipo 2, mas, em muitos casos, o pré-diabetes é assintomático — daí a importância dos exames regulares.
Resistência Insulínica
A resistência à insulina é uma condição em que o corpo não responde bem à insulina, dificultando a entrada da glicose nas células. O pâncreas, então, precisa produzir mais insulina para compensar — o que pode levar, com o tempo, ao desenvolvimento de pré-diabetes e diabetes tipo 2.
Ela está fortemente associada a:
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Obesidade abdominal
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Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
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Histórico familiar de diabetes
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Estilo de vida sedentário
A boa notícia é que a resistência insulínica pode ser controlada e até revertida, principalmente com mudanças na alimentação, atividade física regular, perda de peso e, em alguns casos, uso de medicação específica.
Diabetes Gestacional
O diabetes gestacional é caracterizado pela elevação dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez, mesmo em mulheres que nunca tiveram diabetes antes.
Essa alteração ocorre porque, na gestação, os hormônios da placenta podem gerar resistência à insulina. Quando o pâncreas não consegue compensar essa resistência, os níveis de glicose aumentam.
Geralmente não causa sintomas visíveis, por isso o rastreamento com exames de sangue entre a 24ª e 28ª semana de gestação é essencial.
Se não tratado adequadamente, pode trazer riscos para a mãe e o bebê, como:
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Bebê grande para a idade gestacional (macrossomia)
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Parto prematuro
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Hipoglicemia neonatal
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Maior risco futuro de diabetes tipo 2 para mãe e filho
O tratamento inclui uma alimentação equilibrada, prática de atividade física leve (se liberada pelo obstetra), monitoramento da glicose e, em alguns casos, o uso de insulina.
Após o parto, a maioria das mulheres volta aos níveis normais de glicose, mas é fundamental manter o acompanhamento — pois existe o risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.